03 setembro 2012

Dos inícios

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Balão, de Leao Vicente

Um recomeço tem tanto de promessa como de risco. Marca-se um compromisso, afinal aquilo que define o que fazemos. Escrever para mim é um exercício de libertação, gostaria até de o fazer mais vezes.

Talvez possa dizer que desta vez é que é. Mas podemos voltar insistentemente ao mesmo, recusando fazer o que devia ser feito, não por vontade própria, mas porque vamos deixando andar. E dizemos que é falta de tempo, falta de inspiração, porque não chegou o momento... mas se esperamos o momento ideal, pomos cinzento em vez de cores, espera em vez de realização e deserto em vez de caminho feliz.

Um recomeço não é só uma força de vontade, é muito mais que isso. É convencermo-nos que somos capazes. No fundo uma experiência de acreditar em nós mesmos revela o amor que nos olha sempre e desde sempre.

29 fevereiro 2012

Fé e Ética no Porto - 24 Março 2012

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Edição do 4º aniversário do essejota!

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Políticos, artistas e religiosos online à volta da esperança

Personalidades tão diversas como o eurodeputado Paulo Rangel, os cantores Tiago Bettencourt e Carminho, o porta-voz do Papa ou o escritor Jacinto Lucas Pires juntam-se numa iniciativa online para apresentar o seu olhar sobre a esperança. A página web www.essejota.net, da Companhia de Jesus, propõe celebrar deste modo o seu quarto aniversário.

“Ainda há esperança?”. O P. Alberto Brito, sj, Provincial dos jesuítas em Portugal, dá o mote à pergunta, a que procuram responder as reflexões de Isabel Jonet, Paulo Rangel e do jornalista António Marujo. A atriz Cleia Almeida, uma das protagonistas do premiado “Sangue do Meu Sangue”, apresenta um filme, o cantor Tiago Bettencourt comenta um vídeo, o fotógrafo Luís Ferreira Alves mostra-nos uma imagem, o cartoon é de Luís Afonso e a jornalista Paula Moura Pinheiro fala acerca de um quadro. O livro sugerido por Pedro Mexia, um poema de Manuel António Pina, vencedor do Prémio Camões 2011, a música escolhida pela fadista Carminho e a história contada pelo escritor Jacinto Lucas Pires abrem horizontes acerca de um olhar otimista sobre o futuro. Esta edição conta ainda com a participação do jesuíta irlandês Michael-Paul Gallagher, professor na Universidade Gregoriana em Roma, e uma entrevista ao porta-voz da Santa Sé, P. Federico Lombardi, para além de uma surpreendente reflexão de uma Carmelita que, do interior do convento, olha para o mundo como quem o conhece profundamente.

Neste momento, em que tanto se fala de crise e de falta de esperança, esta edição especial do essejota.net reúne colaborações de pessoas de vários quadrantes políticos, artísticos, sociais e religiosos que apresentam diversas perspetivas acerca de um tema que toca as preocupações dos portugueses.

www.essejota.net pretende ser um espaço onde se pode encontrar uma nova forma de falar do mundo, do mistério humano e da fé.  A partir das suas secções, trabalhadas quinzenalmente por uma equipa de 110 voluntários, que vão desde a arte ao entretenimento, da reflexão sobre acontecimentos da atualidade a textos de aprofundamento da fé cristã, o essejota.net propõe aos seus leitores um olhar atento e esclarecido sobre a realidade, numa linguagem acessível e adaptada às interrogações das gerações mais novas.

02 fevereiro 2012

Apresentação

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Apresentado. Entregue, disponível, inteiro. Eis-me aqui. São expressões de coragem e peito generoso, um modo de colocar a vida diante daquilo que for.

A chegada de uma vida ao mundo (ou a cada dia) traz consigo o nascimento de tantas possibilidades de grandeza e maravilha, e também tantas possibilidades de erro e becos escuros. Lugares de comunhão e lugares onde se fica sozinho. Espaços de comunhão e espaços de solidão. É quase inadmissível que uma vida que se deseja boa seja tão contraditória nos seus horizontes e nos seus destinos. Onde está o ponto onde os caminhos se dividem? Qual a fronteira entre a salvação e a perdição?

Cada vez me convenço mais que a questão das escolhas se decide nos seus antecedentes. É uma questão de ter definido um horizonte prévio de felicidade. Uma questão de escolher amar sem saber bem o quê em concreto. E isto tem riscos e tem consequências, mas tem, acima de tudo, uma vida que sabe onde quer estar e para onde quer ir.

04 janeiro 2012

À procura

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O Evangelho do dia de hoje apresenta-nos as primeiras palavras que Jesus diz, na versão de S. João: "Que buscais?" Não é inocente que o evangelista tenha posto como primeiras palavras uma pergunta tão desafiadora e inquietante.

Todas as nossas acções movem-se em direcção a algo que queremos alcançar, quer para satisfazer uma necessidade básica, quer para obter um resultado, ou definir um caminho a seguir. O desejo implica uma procura, e uma procura implica movimento, dentro e fora de nós.

A pergunta mais difícil e essencial, que dá início à descoberta da história de Jesus, coloca os discípulos diante do seu horizonte de vida. E é curiosa a sua resposta. Procuram uma casa: "Onde moras?". Um lugar de abrigo, intimidade, comunhão... se fosse esta a nossa procura, as nossas relações seriam um espaço muito diferente para os outros. 

28 dezembro 2011

Perspectiva

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Por vezes olhamos a vida como se fosse através de um vidro que distorce imagens. Falta transparência ou, o que será mais dramático, vontade de purificar aquilo que impede de ver melhor.

A transparência coloca-nos diante de uma pergunta acerca do sentido de nós mesmos, acerca do nosso lugar e do nosso olhar perante o presente e o futuro. Um olhar distorcido não é honesto, e acabamos por não fazer justiça àquilo que queremos da vida. Fazer justiça implica ver alguma claridade entre caminhos que se apresentam confusos. E aí, há que restaurar perspectivas, seja para ver o bem, seja para ver o mau.

Há pessoas que vêem o bem de forma ingénua ou pouco lúcida. E não mudam o que há a mudar. Há outras que vêem o mal de forma agressiva e destruidora. E paralisam-se em críticas e desânimos. A boa medida do olhar é aquela que liberta, seja para apreciar o bem, seja para afastar o mal. Em tudo isto existe uma experiência de libertação, uma experiência de ver-bem.

26 dezembro 2011

Natividade

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Foto: João P. T. Silva em olhares.com

Não vale a pena apresentar muitos motivos para uma ausência tão longa. A vida é como é, e as coisas vão-se sucedendo sem que haja aquele momento decisivo do pôr em andamento um desejo nunca adormecido. Esperemos que seja desta!

O Natal é uma ocasião de recordar as nossas oportunidades de nascimento. Temos continuamente a noção das nossas oscilações entre estados de humor e de como dependemos tanto do ritmo das coisas. Talvez nem sempre o sermos "embalados" signifique uma experiência de acolhimento, mas trata-se muitas vezes de deixarmos que sejamos levados de um lado para o outro sem termos noção disso.

O Natal recorda-nos que nascemos continuamente para a profundidade e para um colo, um seio onde a estabilidade nos deixa respirar como quem dorme tranquilo. O movimento acelerado da vida poderá não vir a ser um motivo de dispersão. É exigente sermos iguais em tudo o que façamos e onde quer que estejamos. Mas em tudo existe um apelo à paz e à autenticidade, e essa, muda mesmo muito pouco.

 

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